Com o apoio da Alcoa, o Probio II
(Programa Nacional de Ações Integradas Público-Privadas para Biodiversidade)
está avaliando as principais cadeias potenciais do município de Juruti, entre
elas a da pesca e da aquicultura. Com base nos aspectos sociais, econômicos e
ambientais, está sendo realizado um mapeamento, que indicará as condições
atuais e as perspectivas para a produção, além de estratégias para a
potencialização dos segmentos no município. O trabalho será finalizado sexta (27),
quando será apresentado à comunidade de Juruti um “Plano de Ação e
Investimentos para o Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Pesca e
Aquicultura”.
Financiado com recursos do
Probio, o estudo é fruto de uma parceria institucional, envolvendo o Conjus
(Conselho Juruti Sustentável), Funjus (Fundo Juruti Sustentável), com suporte
da Alcoa, e Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade), que está
operacionalizando a pesquisa.
Fábio Abdala, gerente de
Sustentabilidade da Alcoa América Latina e Caribe, avalia que nos últimos anos
a piscicultura tem despontado como um grande potencial em Juruti. Ele ressalta
que o diagnóstico será fundamental para destacar as cadeias prioritárias de
investimentos e as condições de produção, capacitação, logística, aspectos da
demanda, bem como as possíveis parcerias com o setor público. “A ideia é que os
produtores sejam inseridos no circuito de comercialização e que o diagnóstico
forneça as bases para que sejam realizados investimentos de forma inteligente e
estratégica. Assim, os pescadores poderão atender pequenos, médios e grandes
empreendedores do município. Além disso, queremos desenvolver a economia de
Juruti para além da dimensão mineral”, pontua.
Presente desde 2006 em Juruti,
onde opera uma mina de bauxita, a Alcoa incentiva o setor produtivo por meio do
Programa de Apoio à Produção Familiar, que integra os Planos de Controle
Ambiental (PCAs) da Companhia. Neste âmbito, a empresa beneficia 30 famílias,
subsidiando 70% da produção do pescado, cuja comercialização já alcançou mais
de sete toneladas no mercado local.
Mauro Luís Ruffino, consultor
técnico contratado pelo Probio II, revela que os primeiros resultados do
diagnóstico mostram a vocação de Juruti para a pesca artesanal e aquicultura,
além de pontos a serem aprimorados ao longo da cadeia produtiva. “Conseguimos
perceber que existe uma produção significativa de pescado, no entanto parte
desse pescado pode estar saindo para outros municípios, mas a falta de
monitoramento não nos permite inferir o percentual que isso representa. O fato
é que da forma como se produz hoje, se faz necessário melhorar as condições de
armazenamento e comercialização e, assim, oferecer um produto de melhor
qualidade ao consumidor”, avalia.
Para o segmento da aquicultura,
Ruffino destaca a importância do investimento em capacitação e melhoraria da
infraestrutura e beneficiamento para a venda da produção. O consultor ressalta,
ainda, que é fundamental trabalhar o manejo de algumas espécies-chave e buscar
mercados estratégicos para a venda dessas espécies. “Além de gerar renda para
os pescadores, nosso objetivo é realizar todo esse trabalho pautado em ações de
sustentabilidade”, completa.
Lucemir Batista Pereira,
presidente da Colônia de Pescadores Z-42, considera positiva a ação do
diagnóstico em Juruti. ‘‘Com esse diagnóstico, vamos identificar o que queremos
e o que será melhor para nós. Quem convive com a pesca, sabe que esse
levantamento é o ideal. Essas informações são importantes para avaliar o que
podemos agregar à atividade pesqueira. Com o diagnóstico da pesca vamos ter
muito futuro”, diz otimista.
Além da cadeia pesqueira e de
aquicultura, o Probio II apoiará também o diagnóstico que levantará outras
atividades potenciais em Juruti, como a produção de orgânicos e de produtos
florestais não madeireiros. “Vamos fazer uma chamada de manifestação de
interesse para identificar quais as comunidades que estão trabalhando com esses
dois segmentos”, adianta Nicia Coutinho, gerente de Projetos do Funbio.
Serão investidos cerca de R$ 1,5
milhão com recursos do Probio II, que serão complementados com recursos do
Funjus, distribuídos para as três principais cadeias produtivas potenciais do
município levantadas pelo diagnóstico. Assim que os projetos forem
implementados, serão realizadas, em Juruti, oficinas para integrar os diversos
atores que fazem parte dos segmentos produtivos – pesqueiro, orgânico e
florestal não madeireiro - e trabalho de captação de recursos.
Fonte: Temple Comunicação
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