Equoterapia ajuda na recuperação de pessoas com deficiências em Santarém



O pequeno Gabriel durante as sessões. Foto: Alailson Muniz
 O sorriso estampado no rosto do pequeno Gabriel é a maior alegria da recente rotina da dona de casa Maria Irivete Silva. Duas vezes por semana, ela leva seu filho Gabriel Sousa da Silva, de 9 anos, às sessões de equoterapia do Centro Interdisciplinar de Equoterapia do Tapajós, em Santarém, no oeste paraense. O centro funciona anexo ao Destacamento de Cavalaria do 3º Batalhão de Polícia Militar do Pará, no bairro Maracanã. Fruto de um convênio entre Governo do estado e Prefeitura de Santarém, a utilização de cavalos com fins terapêuticos para desenvolver habilidades psicomotoras em pessoas com algum tipo de deficiência tem trazido resultados significantes e levado esperança a muitas famílias. 

A equoterapia é um método terapêutico que trabalha o psicológico e o físico ao mesmo tempo. Os principais ganhos são os motores e os psicológicos. “O projeto é uma oportunidade para meu filho e outras crianças melhorarem a questão motora, a fase do andar, o equilíbrio e a parte sensorial. Ele (Gabriel) está mais tranquilo, menos agitado, ele era muito agitado”, explica dona Maria Silva. 

A mãe de Gabriel explica que apesar do pouco tempo de tratamento já consegue perceber os avanços. “O tratamento ajuda na rotina de casa. Ele se organiza mais, no seu pensar e agir. Ele é muito impulsivo, quer fazer tudo rápido e acaba se desorganizando. Mas o tratamento está revertendo essa postura dele. Ele sabe o dia das sessões e fica ansioso. Hoje, ele não queria sair do carro, quando viu a colega e o cavalo ficou tranquilo e queria ir. Nas primeiras sessões tomava medicamento para se acalmar, agora faz sem medicamento. A equoterapia é importante para várias famílias. Outras crianças que estão há mais tempo tiveram grandes avanços”, acrescenta Maria Irivete.

Em Santarém, neste ano, 11 crianças e um adulto são atendidos. Os trabalhos da equipe são coordenados pelo tenente Marcos de Paula, que é fisioterapeuta. “A equoterapia é um método terapêutico e educacional, que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiências e/ou necessidades especiais”, explica o tenente.

O início experimental do projeto ocorreu em setembro de 2015. De lá pra cá, várias crianças já vêm apresentando respostas positivas ao tratamento. “É um projeto grandioso. Tem enorme aceitação terapêutica. A população aceita, pois é diferente da rotina de ambientes ambulatoriais. Os pais dizem que a satisfação é grande e que só tem a acrescentar”, conta o coordenador do Centro Tapajós.

Segundo Marcos de Paula, quatro cavalos estão sendo utilizados inicialmente. Os animais possuem especificações próprias para serem utilizados na equoterapia. Uma equipe de técnicos do setor de saúde e homens da Polícia Militar e instrutores integram a equipe do tenente Marcos de Paula.

O Centro Interdisciplinar de Equoterapia do Tapajós possui estrutura própria com área cercada para realização das sessões, ambulatório, banheiros, sala para os técnicos e de espera para os pais que acompanham as crianças praticantes.

A aposentada Liana Mendonça é mãe da pequena Marcela Mendonça, de 10 anos. Marcela possui Síndrome de Down e também é praticante das sessões de equoterapia em Santarém. Dona Liana explica que faz parte da Associação de Pais de Pessoas com Necessidades Especiais do Tapajós (APPNET) e conheceu o Centro Tapajós por meio de outras mães. Ela informou ainda que existe uma grande demanda na região e que torce pelo crescimento do projeto. “É um projeto excelente. Não tem como dizer que não tem benefício. Só a APPNET possui mais de 100 membros. Esperamos que seja ampliado e que outras cidades possam receber a proposta”, reiterou.

Liana Mendonça conta ainda que sua filha já apresenta comportamento diferente depois que iniciou as sessões. “Ela está mais esperta e gosta de ir às sessões”, ressaltou.
Alailson Muniz
Secretaria de Estado de Comunicação
Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 24/01/2016 16:01:00

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