O pequeno Gabriel durante as sessões. Foto: Alailson Muniz |
A equoterapia é um método terapêutico que trabalha o
psicológico e o físico ao mesmo tempo. Os principais ganhos são os motores e os
psicológicos. “O projeto é uma oportunidade para meu filho e outras crianças
melhorarem a questão motora, a fase do andar, o equilíbrio e a parte sensorial.
Ele (Gabriel) está mais tranquilo, menos agitado, ele era muito agitado”,
explica dona Maria Silva.
A mãe de Gabriel explica que apesar do pouco tempo de
tratamento já consegue perceber os avanços. “O tratamento ajuda na rotina de
casa. Ele se organiza mais, no seu pensar e agir. Ele é muito impulsivo, quer
fazer tudo rápido e acaba se desorganizando. Mas o tratamento está revertendo
essa postura dele. Ele sabe o dia das sessões e fica ansioso. Hoje, ele não
queria sair do carro, quando viu a colega e o cavalo ficou tranquilo e queria ir.
Nas primeiras sessões tomava medicamento para se acalmar, agora faz sem
medicamento. A equoterapia é importante para várias famílias. Outras crianças
que estão há mais tempo tiveram grandes avanços”, acrescenta Maria Irivete.
Em Santarém, neste ano, 11 crianças e um adulto são
atendidos. Os trabalhos da equipe são coordenados pelo tenente Marcos de Paula,
que é fisioterapeuta. “A equoterapia é um método terapêutico e educacional, que
utiliza o cavalo dentro de uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar,
nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento
biopsicossocial de pessoas com deficiências e/ou necessidades especiais”,
explica o tenente.
O início experimental do projeto ocorreu em setembro de
2015. De lá pra cá, várias crianças já vêm apresentando respostas positivas ao
tratamento. “É um projeto grandioso. Tem enorme aceitação terapêutica. A
população aceita, pois é diferente da rotina de ambientes ambulatoriais. Os
pais dizem que a satisfação é grande e que só tem a acrescentar”, conta o
coordenador do Centro Tapajós.
Segundo Marcos de Paula, quatro cavalos estão sendo
utilizados inicialmente. Os animais possuem especificações próprias para serem
utilizados na equoterapia. Uma equipe de técnicos do setor de saúde e homens da
Polícia Militar e instrutores integram a equipe do tenente Marcos de Paula.
O Centro Interdisciplinar de Equoterapia do Tapajós possui
estrutura própria com área cercada para realização das sessões, ambulatório,
banheiros, sala para os técnicos e de espera para os pais que acompanham as
crianças praticantes.
A aposentada Liana Mendonça é mãe da pequena Marcela
Mendonça, de 10 anos. Marcela possui Síndrome de Down e também é praticante das
sessões de equoterapia em Santarém. Dona Liana explica que faz parte da
Associação de Pais de Pessoas com Necessidades Especiais do Tapajós (APPNET) e
conheceu o Centro Tapajós por meio de outras mães. Ela informou ainda que
existe uma grande demanda na região e que torce pelo crescimento do projeto. “É
um projeto excelente. Não tem como dizer que não tem benefício. Só a APPNET
possui mais de 100 membros. Esperamos que seja ampliado e que outras cidades
possam receber a proposta”, reiterou.
Liana Mendonça conta ainda que sua filha já apresenta
comportamento diferente depois que iniciou as sessões. “Ela está mais esperta e
gosta de ir às sessões”, ressaltou.
Alailson Muniz
Secretaria de Estado de Comunicação
Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 24/01/2016 16:01:00
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